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                                       domingo, agosto 17, 2003

Porque eu me recuso a perpetuar com o Mac Dia Infeliz.

Ontem fui almoçar no shopping com meu amor e fiquei pasma diante do freak show e do aglomerado de criançoilas banguelas diante dos caixas do Mac Donald's que, por sua vez, contribuía com a poluição sonora da praça de alimentação, perturbando quem gostaria de almoçar com tranqüilidade. Obviamente não fui comer lá. Fiquei com a opção comida chinesa, que não era carne de frango, mas estava ótimo.

Aí eu pensei: tá, e daí que a renda dos Big Merds é revertida para instituições de apoio à criança com câncer uma vez ao ano, se tal empresa poderia contribuir o ano todo com parte de sua renda?
E daí que vão doar a renda dos Bigs se nós todos podemos participar de forma mais concreta na vida de tais crianças?

Imagino que comer um Big Merd no dia predestinado tenha um efeito psicológico intenso nas pessoas comuns.
Elas devem se sentir heróicas e muito úteis na vida de quem precisa.

Eu não creio que comer um Big Merd uma vez ao ano seja uma forma muito sábia de contribuição social.
Eu afirmo que estas mesmas pessoas poderiam comer melhor em outro lugar e participar não apenas financeiramente, como voluntariamente, doando seus talentos e tempo livre para causas realmente boas.
Quando se contribui assim, com participação real, não só a sensação de ter feito algo decente prevalece em seu espírito, como a certeza de que teu dinheiro e teu tempo foi empregado numa causa real.

Não questiono a veracidade do destino da renda do Mac Dia Infeliz. Apenas creio que não isenta ninguém de estender a mão a outras crianças, de carne e osso, e não apenas estampadas em cartazes.
Sem contar que é uma grande chance de ir comer algo mais saudável alí ao lado e escapar da aglomeração de gente "útil".

O biscoito chinês revelou que não era frango para Fabiana às 12:36 PM •••





                                       segunda-feira, agosto 11, 2003

Manual dos bons modos do blogueiro de família.

Visando atender às dúvidas existentes dos novatos em relação à demanda comportamental blogueana, eis que crio meu manual da ética do blog moderno e do visitante feliz.
Vamos lá.

Item número 1: Jamais usarás arquivos musicais sem o uso de players. Seja midi, seja wave, seja mp3 ou o raio que o parta, é muito inconveniente uma musiquinha de fundo. O visitante poderá estar ouvindo um CD dos Beatles, e nada justifica o fato de interrompê-lo para ouvir sua midi de "Chariots of fire".

Item número 2: Jamais poluirás. Poluição de qualquer tipo é ruim. Há diversos tipos de poluição: sonora, do ar, da água, da mente e visual, todas são detestáveis. A poluição visual também acontece nos blogs, especialmente naqueles blogs de adolescentes, cheios de gifs animados, borboletas, banners, os tais awards estúpidos "minha mãe gostou", fotos mal tiradas com pessoas banguelas, garranchos virtuais, Hello Kitty, frango com farofa. Não há quem agüente. Use com sabedoria as imagens e os estímulos visuais. Excesso de cocozinhos polui e atrapalha a navegação. Dê ênfase ao conteúdo.

Item número 3: O mais importante de todos - o conteúdo. O conteúdo de um blog é o principal motivo que leva um indivíduo a perder seu tempo lendo seu blog. Blogs com assassinatos linguísticos indecifráveis e dialetos adolescentes repugnantes estão aos montes por aí. É o tipo de blog que apenas as amigas de mesma mentalidade visitam, não atrai um público mais seleto. Qualquer coisa pode ser escrita de modo interessante. Até um dia chato do cotidiano pode ser descrito com criatividade e um bom vocabulário ajuda na escolha das palavras certas. Tenha seu estilo próprio e diferencie-se dos demais pelo modo como escreve e expõe suas idéias.

Item número 4: Não mendigais! Não rasteje até outros blogueiros pedindo que seja linkado. Você gostou do meu blog? Ótimo! Sua visita sempre será bem vinda. Isto não quer dizer que as pessoas que você admira tenham que gostar do que você escreve. Não há reciprocidade sempre e alguns blogueiros podem não querer colocar seu blog na lista de seus favoritos. Eu costumo usar o sábio ditado que diz assim: "foda-se", no caso de blogueiros pedintes. Gostou? Linke, mas não espere recíproca. De mesmo modo, você não é obrigado a retribuir o link alheio. É seu direito fazer a lista dos seus favoritos, e nesta lista colocar apenas aqueles que realmente gosta.

Item número 5: Sempre citais o verdadeiro autor. Se fizer referência a um texto ou imagem que não for de sua autoria, procure citar o mesmo. O bom senso agradece e o autor também. Porém, não fique enchendo o blog de piadinhas que chegam por e-mail só porque achou engraçado. Isso cansa e demonstra falta de criatividade.

Item número 6: Não arrombais o template alheio! Copiar é feio. Muito feio. Você pode usar estes templates padrão que já vêm prontos sem o menor problema, caso não saiba fazer o seu. Mas há pessoas que fazem seus templates para se diferenciar e não gostam de ver um plágio. Bom senso, mais uma vez, é requerido. Há diversos manuais de HTML e CSS pela internet e poderão ser usados para bordar a roupinha sexy de seu blog. Há também pessoas que fazem templates sob medida e cobram um preço simbólico.

E assim, todos serão felizes para sempre, até que o "404 - page not found" nos separe.
Amém.

O biscoito chinês revelou que não era frango para Fabiana às 10:47 PM •••





                                       quinta-feira, agosto 07, 2003

Dimbinho, a bala do indiozinho.

Quando a ética falta, balas perdidas são bem vindas.
Porra, por que em todo lugar há pessoas sacanas, hein?
Você vai lá, empresta a sua máquina fotográfica na maior boa vontade, e a pessoa até muda de planeta pra não ter que devolver. É foda! Pra mim isso equivale ao furto. Se fosse uma revistinha da turma da Mônica tudo bem, mas não se trata disso.

Por isso eu nunca mais emprestarei minhas coisas pra ninguém, salvo raras excessões. Ainda mais porque eu também esqueço de devolver as coisas alheias, mas eu não me mudo e nem deixo de atender telefone, né?

E tudo é uma questão de educação. Por exemplo, o pai de uma amiga que eu tive, era o exemplo psicopata de que o improvável acontece: invadia a casa dos outros, gritava e quebrava tudo, sem mais nem menos. Filho de uma velhota igualmente educada, claro. Sair com os dentes cheinhos de comida na rua e dar aqueeeeele sorriso enquanto te prende pelo braço pra que você ouça a ladainha, é bem comum. Claro que neste ambiente de sanidade total, a pessoa só pode tomar um rumo igualmente bizarro. Casa-se com um pássaro exótico e fica-se por aí fazendo planos pequenos, que outrora seriam ridículos.
Nada que vocês precisem entender, leitores.

A vida é uma coisa insana, as pessoas são totalmente insanas também. Eu sou insana. Você também.
É tudo uma questão de ter o Guru do Gugu, ou não.
O improvável é provável que aconteça, deixando de ser improvável.
E prova-se assim, que o caos é o nosso statu quo.

O biscoito chinês revelou que não era frango para Fabiana às 6:09 PM •••

 

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